Existe uma frase que escuto em quase 100% das vezes que conto que Maria é autista. É a frase: “Ela é tão inteligente!”
E essa frase é usada em contextos opostos, por incrível que pareça. É usada no sentido de “como ela pode ser autista se é tão inteligente?” ou “lógico que ela tinha que ser autista, é tão inteligente!”.
A verdade é que ser autista não é sinônimo de ser mais inteligente e nem de ser menos inteligente. A pessoa autista tem a inteligência dela, assim como qualquer pessoa tem.
Existem autistas que também apresentam superdotação, mas essa condição não é regra. E também existem autistas com inteligência acima da média e altas habilidades. Mas são variações do espectro e também não são regras.
O que acontece na vida real é que o mito da inteligência é usado para justificar o capacitismo (“como ela pode ser autista se é tão inteligente?”) ou é usado como consolo (“lógico que é autista, ela é tão inteligente!”).
Você se reconheceu nesse texto? Não se sinta culpada (o)! Todos nós experimentamos preconceitos ao longo da vida. Precisamos escutar, refletir e compreender. Só assim vamos combater a desinformação.