Outro dia eu estava na sala de espera da clínica que a Maria está frequentando e chegou uma mãe com um menino de uns 4 anos.
Aí ele começou a ler os números que via pela sala e a secretária comentou sobre ele saber todos os números com essa idade e a mãe disse que ele tinha muito interesse em números e em contas, mas que ela estava tentando tirar isso dele. Que ela tinha sido orientada a retirar qualquer coisa que remetesse a números para ele “desapegar”.
Eu não comentei nada, pois eu nem a conhecia e porque não fui perguntada (quem me conhece sabe que se me perguntar eu falo a verdade mesmo). Mas fiquei pensando como que falta informação e instrução para as famílias de autistas. E fiquei mais intrigada ainda porque foi uma profissional que recomendou essa atitude.
No post que eu fiz sobre questionar as condutas e recomendações dos profissionais que nos atendem, eu falo é disso. Questionar condutas que vão alterar e afetar a vida de uma criança de forma tão agressiva precisa ser feito! Porém, só é possível questionar se você tem informação. Por isso que eu sempre falo que precisamos estudar.
Voltando ao assunto, retirar hiperfoco não é uma conduta costumeira mais. Já se sabe que o hiperfoco pode ser benéfico para o autista. Existem casos onde é recomendado trabalhar o hiperfoco para não causar perdas, mas não é retirada abrupta e autoritária.
Por coincidência, hoje a Dra Raquel Del Monde fez um post sobre isso e eu quero trazer pra cá.
“São muito comuns, infelizmente, conselhos para que a família tente “tirar” o hiperfoco da criança/adolescente, tente distraí-la com outra coisa ou restrinja o acesso ao objeto do seu interesse. Isso acontece mesmo com terapeutas ou professores, com a alegação que se a criança ficar muito focada em uma única coisa, terá prejuízo nas demais áreas. Obviamente há risco de prejuízos quando o hiperfoco monopoliza o tempo de qualquer um, porém a restrição pura e simples, na maior parte das vezes, só resulta em frustração e oposição ao engajamento em outras atividades propostas.
A melhor estratégia é usar o hiperfoco da pessoa para ampliar seu repertório. Podemos partir do tema de interesse para gradativamente introduzir elementos importantes ou para direcionar a outras atividades. Lembre-se: O prazer é o grande catalisador da aprendizagem.”
Para quem quiser ver todo o post é só clicar aqui.
Eu não tenho intenção alguma de julgar ou criticar a mãe da criança. O ideal é que pudéssemos confiar na conduta dos profissionais que atendem nossos filhos. Mas, eu recomendo fortemente que você leia e estude sobre todos os temas que permeiam a vida de uma criança. De modo geral, não somente da criança autista.
Lembrem-se que temos escolhas! Não precisamos comprometer a vida dos nosso filhos sem pedir uma segunda opinião.
Um abraço
Simone
________________________________________________________________________________________________________________
Me siga nas redes sociais
Instagram: @maedejoaninha
Facebook: Mãe de Joaninha
Em breve no Youtube!