NASCIMENTO E PRIMEIRO ANO
Sinais precoces ignorados
Quando engravidei eu jamais imaginei o tanto que minha vida mudaria! Minha gravidez foi cheia de medos, pois havia perdido um bebê antes da Maria Antônia. Mas a gestação correu bem e foi muito saudável.
Maria nasceu em plena oitavas de final da Copa do Mundo de 2014. O Hospital estava vazio e na minha memória foi tudo incrivelmente rápido! Eu não sei exatamente os horários, mas entre minha admissão e o nascimento se passaram umas 4 horas só. Foi um trabalho de parto muito rápido que pegou toda a equipe de surpresa. Maria nasceu na sala de emergência causando um rebuliço no hospital.
Saímos do hospital e aí a realidade bateu! Eu não sabia o que fazer com aquele pacote rosa e esfomeado que eu tinha em mãos. Tivemos dias de muita angústia e choro. Eu mal dormia 4 horas seguidas. Não houve rotina que eu alterasse que fizesse Maria adormecer mais cedo ou de forma mais fácil. Era muita luta e o sono só vinha quando ela já estava exausta! E mesmo assim ela acordava religiosamente de 2 em 2 horas pra mamar. Foi uma época muito difícil!
À medida que ela crescia se mostrava uma menina alegre e esperta. Interagia bem conosco, mas estranhava muito qualquer pessoa de fora. Mesmo as que ela via com alguma frequência. Comecei a perceber que ela não fazia contato visual durante a amamentação, as vezes dava uma olhada pra mim, mas logo virava o olhar. Não associei a nada na época, achava que era algo normal.
Já com seus 6 ou 7 meses ela enrijecia as pernas quando contrariada. A gente achava até engraçado e sempre falava: “Essa tem gênio forte!”. E todo mundo dizia que ela tinha puxado a mãe. Percebi também que ela esfregava muito os pezinhos um no outro quando estava ansiosa ou alegre. Inclusive não parava um sapato ou meia no pé dela. Foi uma criança sem sapatos até 1 ano e pouco. Mesmo depois que começou a andar, ela não gostava de usar.
Algo que me chamava atenção na época era o quanto ela gostava de olhar as pás do ventilador rodando. Passava em frente e parava, olhava, sentia o vento, enfiou o dedo várias vezes dentro da grade. Ela não brincava com rodinhas dos carrinhos, mas definitivamente gostava de ver as pás do ventilador girar.
A introdução alimentar começou com BLW, método de introdução que você dá a comida em pedaços cortados, em tamanhos e formatos seguros, e o bebê consome de acordo com sua vontade. Tentei passar pra papinha, mas ela não aceitou. Ela cuspia, batia a mão no prato e esse método foi horrível pra ela. Ela ainda em essa aversão a comidas pastosas, mas melhorou muito com terapia ocupacional.’
Revendo alguns vídeos, percebi que ela já tinha pequenos flappings com as mãos. Eram sutis, mas estavam presentes.
E também não atendia quando chamávamos, uma coisa que eu sempre achei que estava relacionado ao desinteresse de brincar comigo, pois ela só tinha a mim o dia inteiro.
No próximo post, vou contar como foi o desenvolvimento até o dia que comecei a desconfiar que a Maria era autista.
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Até lá!
Simone